O Ministério Público de Rondônia (MPRO) e a Polícia Civil de Rondônia (PCRO) lançaram na manhã desta terça-feira a “Operação Suseranos” nas cidades de Guajará-Mirim e Porto Velho. A ação tem como objetivo cumprir 12 mandados de busca e apreensão em residências e sedes de empresas, além de três mandados de suspensão de função pública, todos autorizados pelo Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJRO).
A operação é parte de uma investigação conduzida pela 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO 2), em colaboração com o Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPRO. A investigação aborda suspeitas de crimes como formação de organização criminosa, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, corrupção, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro, supostamente cometidos dentro do Poder Executivo de Guajará-Mirim. Entre os envolvidos, destaca-se a prefeita da cidade, que teve seu afastamento decretado por seis meses.
Além da prefeita, dois servidores da Câmara Municipal de Guajará-Mirim também foram afastados de suas funções públicas por 120 dias. A investigação começou após denúncias de que o marido da prefeita estaria usurpando suas funções, além de alegações de fraude em contratos de fornecimento de combustível e reforma do Mercado Municipal, com valores de R$ 4.950.067,85 e R$ 1.421.272,04, respectivamente. As obras do mercado, em particular, estão paralisadas, com um cronograma incompatível com os pagamentos já efetuados.
Participaram da operação delegados, agentes e escrivães do Departamento de Estratégia e Inteligência (DEI) e da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (DERF), juntamente com efetivos do GAECO e CAEX do MPRO.
O nome “Operação Suseranos” faz referência ao feudalismo, sistema medieval caracterizado pela relação de fidelidade entre senhores e vassalos, simbolizando a estrutura de poder e subordinação que a liderança do grupo investigado teria estabelecido.
Com a deflagração da operação, espera-se um avanço significativo na elucidação dos crimes investigados, visando a responsabilização dos envolvidos e a restauração da integridade na administração pública local.
Fonte: MPRO