O advogado Matheus Vitor foi preso preventivamente pela Polícia Civil de Rondônia no último final de semana, bem assim foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão.
A decisão atende a um pedido do Ministério Público estadual, que pediu a prisão para evitar que ele pressionasse testemunhas envolvidas no assassinato do piloto de motocross Nelson Alexandre, mais conhecido como “Xandy” .
O crime
Em meados de março deste ano, câmeras de segurança registraram o momento em que Xandy se aproximou do carro de Matheus Vitor em um posto de gasolina, em Ariquemes. Logo em seguida, o piloto foi atingido por disparos — foi o desfecho de desentendimentos ainda em apuração pelas autoridades .
Prisão preventiva e coerção
A prisão decretada ontem (20 de julho de 2025) foi motivada por evidências, obtidas no curso do inquérito policial, de que o advogado estaria tentando intimidar e coagir testemunhas, atrapalhando o andamento das investigações. O MP entendeu que a preservação da integridade dessas testemunhas é vital, justificando a adoção imediata da medida .
Matheus Vitor já se encontra sob custódia da Polícia Civil de Rondônia.
Consequências penais após encerramento do inquérito
Com a prisão, o inquérito policial está próximo do fim. Após sua conclusão, o caso será remetido ao Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia formal por homicídio qualificado. A ação penal, então, seguirá com:
- Recebimento da denúncia por parte do juiz — caso seja aceita, o processo criminal será instaurado oficialmente.
- Fase probatória — durante a instrução processual, juízo e acusação apresentarão provas e ouvirão testemunhas, inclusive aquelas que supostamente foram coagidas, o que pode influenciar diretamente no julgamento.
- Julgamento — será avaliado se houve dolo direto (intenção de matar) ou outra qualificadora, como cerceamento de defesa e tentativa de subornamento de testemunhas.
- Sentença — aplicada conforme o Código Penal, podendo resultar em pena de reclusão e multa, além de eventuais agravantes.
Impactos jurídicos e reputacionais
- Para o advogado: além da acusação criminal, ele enfrenta sanções da OAB, podendo sofrer suspensão ou mesmo anulação de registro profissional.
- Para o processo penal: a prisão e a nova fase repressiva reforçam o rigor da investigação, indicando que o Estado atua no combate ao crime mesmo quando o acusado é membro da classe jurídica.
- Para a opinião pública: o episódio reacende o debate sobre a ética na advocacia e o risco de influenciar ilegalmente casos judiciais.
O que vem a seguir?
- O MP tem prazo para oferecer denúncia após o fim do inquérito, previsto para as próximas semanas.
- A Justiça deverá decidir sobre a manutenção ou relaxamento da prisão preventiva — ela pode ser convertida em medidas cautelares, como comparecimento periódico em juízo, se ficar comprovado que a coação cessou.
- O processo penal terá início formal, com audiências, produção de provas e debate judicial entre acusação e defesa.
A prisão de Matheus Vitor e a acusação de coação agora sob custódia da Polícia Civil colocam o caso em evidência. A forma como o Ministério Público e o Poder Judiciário atuarão marcará o destino do processo e definirá as consequências legais para seu futuro.