Em meio à escalada dos preços que afeta diversos setores da economia brasileira, um produto em particular tem chamado a atenção nas prateleiras dos supermercados: o azeite.
Agora até mesmo o azeite tem alarme contra furto em mercados do Brasil.
O que antes era um item comum na lista de compras, agora se torna um símbolo do impacto da inflação no poder de compra do consumidor.
O Salto dos Preços
Entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, o preço médio da garrafa de azeite extra virgem de 250 ml subiu 51,4%, enquanto a de 500 ml aumentou 43%.
As embalagens menores, que custavam R$ 20,03, agora são encontradas por R$ 30,33. As maiores, de R$ 31,58, saltaram para R$ 45,17.
Com versão virgem também não ficou para trás, com a embalagem de 500 ml indo de R$ 26,93 para R$ 39,93.
Causas do Aumento
A explicação para essa alta expressiva está além das fronteiras nacionais. A Europa, principal produtora de azeite, enfrentou uma quebra histórica na safra de azeitonas em 2022/23 devido à seca causada pelo El Niño, reduzindo a produção mundial de azeite em 20%.
Com isso, as exportações foram impactadas, e o Brasil, um dos maiores importadores do produto, viu suas compras diminuírem de 100 mil toneladas para 80 mil toneladas.
Inflação em Cena
A inflação, medida pelo IPCA, acumulou 3,93% nos últimos 12 meses até março de 2024. Esse índice reflete o aumento generalizado dos preços, que afeta diretamente o custo de vida da população.
No caso do azeite, a inflação do produto disparou 37,76% apenas em 2023, tornando-o um “novo item de luxo” nos mercados.
Impacto no Consumo
Com os preços mais altos, os consumidores têm optado por comprar menos ou migrar para embalagens menores.
A taxa de incidência do azeite nas notas fiscais caiu de 4,3% para 2,4%, indicando uma redução significativa na presença do produto nas compras dos brasileiros.
Perspectivas Futuras
Economistas afirmam que o azeite deve continuar caro no curto prazo.
A cultura da oliveira, afetada pelas condições climáticas adversas, carrega as cicatrizes para o próximo ciclo produtivo, o que pode manter os preços em alta.
O azeite, agora visto como um artigo de luxo, é apenas um exemplo de como a inflação e os eventos globais podem afetar o cotidiano.
O consumidor brasileiro, já acostumado a adaptar-se às flutuações econômicas, enfrenta mais um desafio na gestão do orçamento doméstico.
Essa reportagem foi elaborada com base em dados atualizados e informações de fontes confiáveis, refletindo a situação atual do mercado de azeite no Brasil e o impacto da inflação nos preços ao consumidor.
Autor: Hiran Castiel
Fonte: IBGE, Banco Central do Brasil, CNN e outros.