O Brasil se destaca no cenário mundial quando o assunto é a educação jurídica.
Com mais de 1.500 cursos superiores de Direito, o país lidera o ranking global, superando a soma total de cursos oferecidos em todos os outros países.
Esta quantidade impressionante reflete tanto uma valorização da carreira jurídica quanto um desafio para manter a qualidade do ensino.
No ano de 2018, o Brasil contava com 1.502 cursos de Direito, um crescimento de 539% em comparação com os 235 cursos existentes em 1995. Em contraste, o resto do mundo somava aproximadamente 1.100 cursos, fazendo do Brasil o país com o maior número de faculdades de Direito do planeta.
A proliferação de cursos jurídicos no Brasil traz consigo uma série de implicações.
Por um lado, há uma democratização do acesso à educação superior em Direito, permitindo que mais estudantes persigam a carreira jurídica.
Por outro lado, a qualidade do ensino tornou-se uma preocupação. Em 2015, apenas 232 dos 963 cursos avaliadosobtiveram um desempenho considerado satisfatório pelo Conceito Preliminar de Curso (CPC), o que representa apenas 24,1% dos cursos.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também realiza avaliações, e o número de cursos recomendados por ela é ainda menor: de 1.212 avaliados, somente 161 obtiveram o selo da Ordem.
Esses dados indicam que, apesar da vasta oferta, há uma necessidade urgente de reformas para assegurar que os graduandos recebam uma formação de qualidade, capaz de prepará-los para o exigente mercado de trabalho e para o cumprimento de seu papel social como advogados.
O Brasil, como líder mundial em número de cursos de Direito, tem a responsabilidade de garantir que a quantidade não sobreponha a qualidade, e que cada bacharel, esteja à altura dos desafios que a profissão e a sociedade demandam, seja na iniciativa privada ou em carreiras públicas.
Confira a quantidade de advogados por país a cada 100 mil habitantes: