Na próxima segunda-feira, dia 8 de setembro de 2025, às 18h, será inaugurada oficialmente no bairro Alphaville a Praça Marise Castiel, localizada no cruzamento das ruas Costa e Silva com a Décima Avenida . Com 8.337,98 m², a nova área será considerada a mais arborizada da cidade, planejada para incentivar o convívio, o esporte e o lazer em meio à natureza urbana .
O espaço trará uma infraestrutura completa: pista de skate, pista de caminhada, campo de futebol society, quadra poliesportiva, quadra de areia, espaço de treinamento ao ar livre, mesas de piquenique, pergolados com bancos e mesas de xadrez, quiosques de apoio e totens institucionais .
O prefeito Léo Moraes destacou que a praça representa a retomada do compromisso do poder público com o bem-estar da população, além de simbolizar transparência e qualidade na entrega do espaço urbano . A obra foi viabilizada com recursos de emenda parlamentar, totalizando R$ 1.678.013, executada pela empresa Engeral Construções Ltda .
Quem foi Marise Castiel: uma trajetória dedicada à educação e à política
Marise Magalhães Costa Castiel foi uma figura proeminente na história de Porto Velho e na construção da educação em Rondônia. Natural do Pará, chegou à capital rondoniense ao lado do marido Jaime Castiel, e logo se tornou uma força ativa na promoção do ensino .
- Pioneira na educação regional: nomeada, em 1953, diretora de Educação do então Território Federal do Guaporé (atual Rondônia), posição equivalente à de secretária de Educação . Implantou e estruturou escolas em toda a região, do rio Madeira até Vilhena .
- Conquista política pelo ensino: Marise foi a primeira mulher integrante da Câmara de Vereadores de Porto Velho, atuando de 1977 a 1982. Como vereadora, destacou-se por incentivar a cultura e by conseguir a aprovação de leis que valorizavam os “desbravadores” da região, através da nomeação de ruas e logradouros .
- Intervenção política e resiliência: No início de sua carreira educacional, Marise, junto à então primeira-dama Laudímia Trotta, conseguiu a criação do Curso Normal Regional do Guaporé, do qual foi primeira diretora . Durante o regime militar, enfrentou perseguições: seu marido chegou a ser preso, e ela foi afastada do serviço público. Contudo, superou o período e voltou a atuar com influência política, sempre em prol da educação .
- Legado afetivo e cultural: Além da educação formal, teve papel ativo na cultura local. Foi uma das fundadoras da Escola de Samba Pobres do Caiari, colaborando com enredos e fantasias para o carnaval .
Marise faleceu em fevereiro de 1999, mas deixou uma marca duradoura. Sua filha, Sandra Castiel Fernandes, escreveu um livro resgatando sua memória e destacando o protagonismo feminino que ajudou a edificar Rondônia. O lançamento reuniu ex-alunos, admiradores e familiares em um emocionante tributo . Vários autores e historiadores reconhecem que “a história da professora Marise Castiel e a História da Educação em Rondônia são uma só” .
Além disso, sua memória já foi homenageada em 2021 com a proposta de nomear o edifício da antiga Câmara de Vereadores — atual sede do Conselho Municipal de Educação — como Prédio Professora Marise Magalhães da Costa Castiel .
O significado de uma homenagem como essa
Dar o nome de uma praça pública em honra de alguém como Marise Castiel representa um reconhecimento coletivo, simbólico e duradouro de sua importância:
- Valorização da história local: resgatar a memória daqueles que contribuíram para a formação da cidade e do estado, mantendo viva a identidade de Porto Velho.
- Inspiração para futuras gerações: ao passear ou conviver na praça, munícipes e, sobretudo, crianças e jovens terão provas físicas de que mulheres como Marise abriram caminhos pela educação e pela igualdade.
- Consolidação do legado feminino: reconhecer publicamente uma protagonista da educação fortalece o protagonismo histórico das mulheres na construção da sociedade.
- Integração urbana e cultural: a praça não é apenas um espaço físico, mas um elo entre passado e presente, onde a história se torna parte concreta do cotidiano — preservando a memória e fomentando novos encontros.
Conclusão
A Praça Marise Castiel, ao ser inaugurada, será muito mais do que uma nova área de lazer em Porto Velho: será um monumento vivo ao legado de uma mulher que dedicou sua vida à educação, enfrentou adversidades políticas e defendeu com paixão o progresso cultural e social de Rondônia. Uma homenagem que honra sua trajetória e nos convida a lembrar que o reconhecimento público é também um ato de justiça histórica.
