Inaugurada em 2004, a embarcação passou longos anos parada até ser totalmente reformada na atual gestão. A obra contemplou novos consultórios, mobiliários, pintura e a troca total do casco, muito danificado devido ao tempo inutilizado.
Foram investidos R$ 1,2 milhão, sendo cerca de R$ 900 mil de recursos próprios. A estrutura possui capacidade para 30 profissionais e conta com seis consultórios climatizados, uma farmácia, sala para armazenamento de vacinas e apoio laboratorial, espaço para cadastro do usuário, uma recepção para triagem e espera, além de banheiros.
Em 2021, após ser completamente reformado e reaparelhado, o Barco Saúde iniciou suas viagens, a primeira delas em junho daquele ano, período em que a pandemia vivia seu auge. A unidade fluvial desceu o rio carregada de esperança e de vacinas contra a covid-19. Naquela viagem, mais de 10 mil atendimentos foram realizados.
Entre junho de 2021 e fevereiro de 2024, a unidade fluvial realizou seis viagens às comunidades do baixo Madeira, contabilizando mais 57 mil atendimentos realizados. A bordo, consultas médicas com clínico geral e especialistas, exames, vacinas, dispensação de medicamentos, orientação psicológica, orientação física, exames preventivos, testes rápidos, inserção de dispositivo intrauterino (DIU) e muitos outros serviços.
Diretora do Departamento de Atenção Básica, Fabíola Barros, explica que o projeto do Barco Saúde foi criado pela Semusa para reforçar os trabalhos das unidades de saúde das localidades. “Sempre que o barco se desloca, leva consigo serviços especializados que a população não tem nas unidades de saúde, uma forma de suprir as necessidades locais e evitar deslocamentos dessas pessoas até a cidade”.
A viagem do Barco Saúde Dr. Floriano Riva ao baixo Madeira geralmente dura sete dias. Os distritos São Carlos, Nazaré e Calama são os pontos de ancoragem, mas os atendimentos abrangem 12 comunidades adjacentes que buscam a unidade fluvial ou são visitadas pelas equipes de atendimento itinerantes e domiciliares.
Na última viagem do barco, realizada entre 18 a 26 de fevereiro de 2024, a dona de casa Ana Cristina Martins, 31 anos, foi uma das pacientes. No sétimo mês de gravidez, procurou a unidade fluvial para realizar mais uma etapa do pré-natal. “É ótimo quando o barco vem aqui porque a gente não precisa ir a Porto Velho. É longe, muito caro e, às vezes, tem que dormir na cidade e a gente não tem um lugar para ficar”.
Para a secretária municipal de Saúde, Eliana Pasini, os números apontam resultado positivo do trabalho. “Reafirmamos nosso compromisso com a promoção da saúde e o acesso aos serviços médicos, especialmente para aqueles que residem em áreas de difícil acesso, renovando assim nosso empenho em garantir atendimento digno e qualidade de vida de todos os cidadãos”.
Texto: Semusa
Foto: Wesley Pontes/ Cléris Muniz